domingo, 13 de junho de 2010

Copa e prosperidade

A Copa do Mundo não vai resolver os problemas da África do Sul. Mas é um bom começo. Graças à Copa, os olhos do mundo inteiro estão voltados para a realidade de um povo subjugado a décadas de exploração e opressão e que, depois de tanta luta, tenta mudar essa triste realidade.
A África do Sul, como muitos outros países africanos, foi colonizada por europeus. Enquanto estes ficavam com a riqueza do continente, instigando a corrupção e as lutas tribais entre os povos nativos, os negros eram jogados na miséria.
Em parte dos países africanos, a situação é a mesma do passado, mas no país da Copa, graças à resistência empreendida contra o Apartheid, um novo tempo começa a ser construído, um tempo de democracia, de melhor distribuição das riquezas e de oportunidades mais igualitárias.
Claro que ainda falta muito para uma sociedade perfeita. A África do Sul, assim como o Brasil e a maioria de nossos países sul-americanos, tem sérios problemas de infra-estrutura, saúde e educação precárias e um sistema educacional ainda incapaz de formar uma base fundamental e sólida para o desenvolvimento.
Mas a África do Sul tem potencial. É também um país emergente, com boas fontes de recursos naturais e um povo com vontade de mostrar ao mundo que é capaz de transformar um passado de adversidades num futuro promissor.
A Copa é um ponta-pé, um estímulo para o povo africano e a abertura de uma janela para o mundo, que depois do torneio, certamente passará a ver o continente com olhos diferentes.
O mesmo vale para o Brasil, que vai sediar não só a próxima Copa mas também as Olimpíadas. Embora, no caso brasileiro, a sorte e a prosperidade já estão batendo à nossa porta.
Os noticiários desta semana confirmaram aquilo que já se vem dizendo desde a última crise mundial e que tanto orgulha o presidente Lula. O crescimento da economia brasileira, em termos percentuais, já é o segundo maior do mundo, ficando atrás apenas da China. E a crise, para o Brasil, de fato não passou de uma marolinha.
A revista Veja trouxe reportagem de capa duas semanas atrás dando conta de que, a cada hora, seis brasileiros entram no “clube” dos milionários. O momento nunca foi tão bom para investimento e novos negócios.
O Brasil vive um ciclo de prosperidade sem igual. E o maior mérito de Lula, além de seguir a receita econômica de seu antecessor, é importante que se reconheça, tem por mérito o seu aperfeiçoamento e o olhar voltado para aqueles, que como ele faz questão de enfatizar, nunca tiveram oportunidade e, muitas vezes, nem mesmo o que comer.
Lula é melhor que FHC. O PT é melhor que o PSDB. E é por isso que a Dilma vai ganhar a próxima eleição. O fato é tão evidente que a própria Veja, antipetista de carteirinha, reconheceu o feito na edição desta semana.
Lula distribuiu riqueza, gerou empregos, melhorou o acesso à saúde, deixou no chinelo a comparação com os investimentos em infra-estrutura feitos pelo presidente anterior e vem criando universidades públicas em todos os cantos do Brasil. A política educacional do sociólogo Fernando Henrique foi vergonhosa.
Não importa se Dilma é melhor que Serra ou vice-versa. O fato inegável é que o Brasil está no caminho. E este é um país com tudo para dar certo. Melhor ainda se acabar com a violência e a corrupção. O projeto “ficha-limpa”, que deve extirpar dos governos os ladrões, é o maior acontecimento político dos últimos anos. Mais importante até que a eleição do sucessor de Lula.
Daqui quatro anos, a Copa será nossa. E o Brasil terá a grande oportunidade para mostrar a todo o planeta que aqui é o melhor lugar do mundo.

"Ou dá, ou desce"

Que o meio ambiente é coisa séria e precisa ser bem cuidado, não se discute. O que eu não suporto são essas campanhas de produtos tidos como ecologicamente corretos com o único fito de ludibriar o consumidor e vender mais, quando o verdadeiro problema do planeta é o consumo exagerado.
Recentemente, uma fabricante de automóveis lançou um modelo que mais parece um chaveirinho, atribuindo a ele a alcunha de “carro verde”. Entre as justificativas, o fato de ser econômico e ocupar pouco espaço, por causa de seu tamanho.
Ocorre que a baranga custa o olho da cara e, segundo alguns usuários, vive dando problema. Logo, o modismo, ao invés de resolver um problema ambiental, termina mesmo por arrancar o dinheiro do bolso do consumidor.
É o caso do tal aquecimento por placa solar. Outro engodo, que todo marinheiro de primeiro viagem faz questão de ter em sua obra. Pra início de conversa, os vendedores te empurram a mercadoria sem conhecimento de causa. Em seguida, te indicam instaladores que não dominam as técnicas de instalação de forma devida. E o resultado é uma conta exorbitante de luz e água no fim do mês.
Especialistas da Unicamp fizeram um teste para apurar qual o tipo de chuveiro mais econômico. Não deu outra. O velho aparato elétrico ganhou disparado. Deixa os concorrentes léguas de distância. Em segundo lugar, aparece o chuveiro a gás. E, pasmem senhores, o mais dispendioso é o chuveiro por aquecimento solar. Por causa da demora para aquecer, dobra o consumo de água, e compromete uma energia elétrica sem tamanho para manter a água aquecida nos dias sem sol.
O interessante é que, na hora da construção, ninguém te diz isso. Os vendedores, movidos pelo lucro inerente ao alto custo dos equipamentos, e os consumidores, ludibriados pela propaganda enganosa em favor do meio ambiente, acabam por formar uma cumplicidade que, no fim das contas, depena o consumidor e mais prejudica que ajuda o ciclo vital do planeta.
Os apelos publicitários em favor do meio ambiente funcionam mais ou menos como as campanhas imperialistas contra os pobres ou emergentes. Foi o que se viu dias atrás no tocante ao urânio do Irã. Quem assistia aos noticiários tinha a impressão de que o mundo estava com os dias contados e iria sucumbir sob uma bomba lançada pelo Ahmadinejad.
Todo os loucos do planeta tem o aparato atômico. O Ahmadinejad que tenha o seu também. Ele não é mais louco que os outros loucos. Veja-se o ataque de Israel esta semana aos navios que levavam mantimentos aos famintos da Faixa de Gaza. Eu disse, duas colunas atrás, referente ao episódio iraniano, que os israelitas, em se tratando de relações internacionais, eram uns dementes. Estava absolutamente certo. Não porque sou vidente. Mas porque a história mostra.
Para acabar com a palhaçada, foi lá o Lula, com a sapiência que lhe é peculiar, e resolveu a questão rapidinho com um de seus notórios provérbios. Se a provocação é na base do “ou dá, ou desce”, “aqui ninguém dá e ninguém desce”. Os ativistas seguiram o conselho do Lula. E quem desceu foram os soldados israelenses. Desceram dos helicópteros e saíram descendo o cacete em todo mundo.
O mundo assistiu estarrecido à truculência de Israel, e os donos do poder e da verdade, mais uma vez, se escagaçaram (desculpem o linguajar presidencial) completamente aos olhos do planeta. A Onu ficou sem palavras, e o Obama deve estar até agora embasbacado, sem saber o que fazer.
Diante dos fatos, não tenho mais dúvida. Lula, na base do provérbio de baixo calão, logo, logo, vai levar o Nobel da Paz e fazer Dilma a próxima presidente. Quanto ao Serra, ele que siga o conselho do Lula e dê ao Aécio um ultimato: “OOhh, Aécio, ou dá ou desce!”