domingo, 13 de junho de 2010

"Ou dá, ou desce"

Que o meio ambiente é coisa séria e precisa ser bem cuidado, não se discute. O que eu não suporto são essas campanhas de produtos tidos como ecologicamente corretos com o único fito de ludibriar o consumidor e vender mais, quando o verdadeiro problema do planeta é o consumo exagerado.
Recentemente, uma fabricante de automóveis lançou um modelo que mais parece um chaveirinho, atribuindo a ele a alcunha de “carro verde”. Entre as justificativas, o fato de ser econômico e ocupar pouco espaço, por causa de seu tamanho.
Ocorre que a baranga custa o olho da cara e, segundo alguns usuários, vive dando problema. Logo, o modismo, ao invés de resolver um problema ambiental, termina mesmo por arrancar o dinheiro do bolso do consumidor.
É o caso do tal aquecimento por placa solar. Outro engodo, que todo marinheiro de primeiro viagem faz questão de ter em sua obra. Pra início de conversa, os vendedores te empurram a mercadoria sem conhecimento de causa. Em seguida, te indicam instaladores que não dominam as técnicas de instalação de forma devida. E o resultado é uma conta exorbitante de luz e água no fim do mês.
Especialistas da Unicamp fizeram um teste para apurar qual o tipo de chuveiro mais econômico. Não deu outra. O velho aparato elétrico ganhou disparado. Deixa os concorrentes léguas de distância. Em segundo lugar, aparece o chuveiro a gás. E, pasmem senhores, o mais dispendioso é o chuveiro por aquecimento solar. Por causa da demora para aquecer, dobra o consumo de água, e compromete uma energia elétrica sem tamanho para manter a água aquecida nos dias sem sol.
O interessante é que, na hora da construção, ninguém te diz isso. Os vendedores, movidos pelo lucro inerente ao alto custo dos equipamentos, e os consumidores, ludibriados pela propaganda enganosa em favor do meio ambiente, acabam por formar uma cumplicidade que, no fim das contas, depena o consumidor e mais prejudica que ajuda o ciclo vital do planeta.
Os apelos publicitários em favor do meio ambiente funcionam mais ou menos como as campanhas imperialistas contra os pobres ou emergentes. Foi o que se viu dias atrás no tocante ao urânio do Irã. Quem assistia aos noticiários tinha a impressão de que o mundo estava com os dias contados e iria sucumbir sob uma bomba lançada pelo Ahmadinejad.
Todo os loucos do planeta tem o aparato atômico. O Ahmadinejad que tenha o seu também. Ele não é mais louco que os outros loucos. Veja-se o ataque de Israel esta semana aos navios que levavam mantimentos aos famintos da Faixa de Gaza. Eu disse, duas colunas atrás, referente ao episódio iraniano, que os israelitas, em se tratando de relações internacionais, eram uns dementes. Estava absolutamente certo. Não porque sou vidente. Mas porque a história mostra.
Para acabar com a palhaçada, foi lá o Lula, com a sapiência que lhe é peculiar, e resolveu a questão rapidinho com um de seus notórios provérbios. Se a provocação é na base do “ou dá, ou desce”, “aqui ninguém dá e ninguém desce”. Os ativistas seguiram o conselho do Lula. E quem desceu foram os soldados israelenses. Desceram dos helicópteros e saíram descendo o cacete em todo mundo.
O mundo assistiu estarrecido à truculência de Israel, e os donos do poder e da verdade, mais uma vez, se escagaçaram (desculpem o linguajar presidencial) completamente aos olhos do planeta. A Onu ficou sem palavras, e o Obama deve estar até agora embasbacado, sem saber o que fazer.
Diante dos fatos, não tenho mais dúvida. Lula, na base do provérbio de baixo calão, logo, logo, vai levar o Nobel da Paz e fazer Dilma a próxima presidente. Quanto ao Serra, ele que siga o conselho do Lula e dê ao Aécio um ultimato: “OOhh, Aécio, ou dá ou desce!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário